quarta-feira, 12 de abril de 2017

O retrovisor O bate-boca entre o prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) e o deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) agitou as redes sociais nesta terça-feira, 11. As farpas, consequência da polêmica sobre o saque de R$ 204 milhões da Prev-Natal para pagar os aposentados e pensionistas, segundo o prefeito; e que o deputado adversário tenta impedir via Tribunal de Contas do estado (TCE-RN), sob a justificativa de que é “ilegal”. O debate poderia ser interessante não fosse o baixo nível do bate-boca. O prefeito poderia usar as redes sociais para esclarecer ao cidadão natalense, principalmente aos servidores públicos ativos e inativos, que sustentam a previdência municipal e esperam dela o retorno justo. O deputado, igualmente, deveria levantar os pontos legais e corretos. O debate honesto permitiria aos natalenses ter a exata noção do tema e se posicionar conscientemente. Esse é o dever do homem público. Porém, os interesses políticos e individuais, quase sempre inconfessáveis, sobrepõem à seriedade dos agentes públicos. Infelizmente. No “pau” travado pelo prefeito e o deputado, sobrou para a ex-prefeita Micarla de Souza, que está alijada da vida pública desde que foi cassada no final de sua gestão, em 2012. Coube a Carlos Eduardo, como escudo às agressões de Kelps, lembrar que o deputado que bate tanto nos outros fez parte do governo Micarla, sendo um dos auxiliares mais próximos da ex-prefeita. Daí, a reação contrária ao “retrovisor”. O gestor não pode olhar para trás porque foi eleito para administrar a cidade, para resolver os problemas e restabelecer as boas condições de vida da população. Certo. Agora, o “retrovisor” também tem a sua importância. É através dele que o cidadão pode se livrar de políticos que usaram os cargos para desmantelar a cidade, o estado, o país. O natalense, por exemplo, não pode esquecer o desastre administrativo do passado para não permitir que maus gestores retornem. Faz bem lembrar que Micarla destruiu a capital potiguar. O mesmo acontece em Mossoró. O “retrovisor” pode cumprir a missão de não deixar voltar quem destruiu a cidade, quem dilapidou o bem público, quem não teve zelo com o cofre, quem usou a Prefeitura apenas e exclusivamente para resolver a sua vida financeira e de sua família. Faz bem ressaltar que o “retrovisor” só é reclamado por aqueles que querem apagar o passado. Políticos ou asseclas. Espécie danosa à vida pública. Portanto, o gestor tem que cuidar da cidade, do estado e do País. As pessoas querem deles as soluções para os seus problemas, sobremaneira em áreas vitais como saúde, educação, segurança, cidadania. O “retrovisor” deve existir sempre para o cidadão enxergar os malfeitores e se livrar deles.

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